Uma nova opção para o tratamento da Dermatite Atópica: “Dupilumab”.

 

  • A dermatite atópica ou eczema (inflamação) atópico é uma manifestação alérgica da pele frequentemente associada à asma e/ou rinite alérgica.
  • Segundo os autores Rivitti & Sampaio, o paciente atópico deve ser compreendido como individuo cujo limiar de reatividade é anômalo, motivo pelo qual reage anormalmente a inúmeros estímulos: contactantes, ingestantes, inalantes e injectantes; ou seja é uma pessoa muito “alérgica” a vários estímulos.
  • Não é uma doença contagiosa, onde fatores genéticos e principalmente imunológicos participam de sua origem.
  • No que concerne à dermatologia, as manifestações clínicas compreendem 3 períodos evolutivos: infância, pré-puberal e idade adulta.

As manifestações cutâneas mais comuns são:

  • Prurido (“coceira”): manifestação mais constante
  • Ressecamento da pele e descamação; em alguns casos de forma intensa formando          “placas de extremo ressecamento e prurido”.

A chamada “morfotopografia”, ou localização das lesões:

  • Na criança: acometimento facial, principalmente nas região malares (bochechas), com vermelhidão, ressecamento e inflamação (também chamado eczema atópico).
  • No adulto: ressecamento e “inflamação” com prurido em áreas de dobras dos braços e pernas ou pescoço
  • Cronicidade: as lesões tendem a apresentar pouca melhora ou recidivar (“voltar”).
  • Felizmente em muitos casos o controle da dermatite atopica é feito com a preservação da chamada barreira cutânea, ou seja da integridade da pele danificada especialmente pela tendência ao ressecamento, mais acentuado no Outono/Inverno. O paciente deve evitar banhos demorados, ou muito quentes, especialmente com o uso excessivo de sabonetes. O sabonete tem o efeito detergente removendo a já escassa oleosidade cutânea, necessária à manutenção da hidratação da pele.
  • O uso de cremes ou loções hidratantes na dermatite atopica são de extrema importância para restauração da barreira cutânea, especialmente os que possuem fatores que controlam nosso microbioma da pele: a manutenção de micro-organismos (especialmente bactérias) que competem com bactérias nocivas como o Staphilococcus Aureus.
  • Casos mais graves podem tornar a rotina do paciente atópico bastante desgastante e medicações sistêmicas e tópicas (corticóides e imunomoduladores) podem ser necessários.
  • As medicações conhecidas como “Biológicas”, que trabalham no equilíbrio da imunidade do paciente, já muito utilizadas em oncologia e psoríase, começaram a ser pesquisadas também para outras dermatoses como a dermatite atópica.
  • Um recente avanço é o “Dupilumab”, um anticorpo humano que atua diretamente nas chamadas “interleucinas” responsáveis pelo fenômeno da inflamação na dermatite atópica, que vem promovendo rápidas respostas nas formas graves desta doença. Através da modulação da imunidade dos pacientes atópicos, promove uma melhora expressiva do quadro clínico. A administração da droga é através da injeção no subcutâneo e está indicada nas formas intermediárias a graves, que não respondem ao tratamento tópico.
  • O lançamento desta nova droga, o Dupilumab, aprovada pela ANVISA em Dezembro de 2017 no Brasil, está prevista para o próximo mês de Junho quando poderá ser prescrita.
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